Editorial

O Momento atual do esporte


Entramos no ano de 2020 com a esperança da realização do maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos de Tóquio.


A construção de um atleta Olímpico é um processo a longo prazo, que demanda planejamento e estabelecimento de estágios a serem atingidos, durante os anos. A preparação é um processo multifatorial que demanda o trabalho e dedicação do atleta, treinador e todos os stakeholders envolvidos no processo.


Mas não foram apenas os atletas de elevado desempenho que sofreram com a pandemia do novo Coronavirus. Atletas de iniciação, atletas de categorias master, amadores... Todos fomos impactados com o vírus e estamos ainda, aprendendo a conviver com ele..


Vivemos agora uma situação inédita. Com a ações de distanciamento social, tanto atleta, quanto as pessoas praticantes de atividades físicas para recreação e qualidade de vida, passaram a realizar suas atividades dentro de casa. Alguns com orientação profissional, outros por iniciativa própria. Isso trás novos desafios e novas perspectivas, além claro de alguns temores, principalmente em relação às incertezas que o esporte vive..


Muitos atletas e equipes esportivas passaram longos períodos em isolamento e realizando seus treinos em casa, treinos com caráter de pouca especificidade, ou seja, com maior predomínio de ações de condicionamento geral. Os estímulos gerais geram adaptações de mesmas características no organismo, dessa forma, distanciando os esportistas das adaptações específicas que suas modalidades exigem. Esse é um dos desafios a ser vencido, visando a retomada da prática regular do esporte.


Entre outros desafios estão o contato entre os praticantes, principalmente em modalidades coletivas, o compartilhamento dos implementos utilizado pelos esportivos, como bolas, por exemplo e também o ambiente, que pode ser um agente de incubação do vírus, quer sejam esteiras, aparelhos de musculação ou mesmo o meio água para atividades aquáticas, apesar de ainda faltarem estudos em relação à segurança referente à transmissão em piscinas.


Alguns protocolos estão sendo adotados como eventos sem, ou com reduzido número de expectadores. Escolas de iniciação esportiva já tem adotado padrões como afastamento de pelo menos 2m entre as crianças em atividades pedagógicas de ensino de esportes, bem como a proibição de segurar a bola com as mãos ou até cabeceios durante exercícios em uma aula de futebol.


Por fim, os profissionais ligados ao esporte terão que se reinventar, observando as demandas específicas que forem necessárias. Buscar novas estratégias para o ensino, para a prática e claro para a pesquisa, uma vez que a prática esportiva sempre esteve ligada ao relacionamento entre as pessoas que seja competindo, se divertindo ou como expectadores dos maiores espetáculos do mundo


Prof. Dr. Evandro Lázari
Professor FCA/UNICAMP
Treinador da Seleção Brasileira de Atletismo

The current moment of the sport


We entered the year 2020 with the hope of hosting the biggest sporting event in the world, the Tokyo Olympic Games.


Building an Olympic athlete is a long-term process that requires planning and establishing stages to be achieved over the years. Preparation is a multifactorial process that demands the work and dedication of the athlete, coach and all stakeholders involved in the process.


However, it was not just high-performance athletes who suffered from the new Coronavirus pandemic. Initiation athletes, master category athletes, amateurs ... We were all impacted by the virus and we are still learning to live with it.


We are now experiencing an unprecedented situation. With the actions of social distance, both athletes and people who practice physical activities for recreation and quality of life, started to perform their activities at home. Some with professional guidance, others on their own initiative. This brings new challenges and new perspectives, in addition to some fears, especially in relation to the uncertainties that the sport lives.


Many athletes and sports teams spent long periods in isolation and performing their workouts at home, workouts with little specific character that is, with a greater predominance of general conditioning actions. The general stimuli generate adaptations of the same characteristics in the body, thus distancing athletes from the specific adaptations that their modalities require. This is one of the challenges to be overcome, aiming to resume the regular practice of the sport.


Among other challenges are the contact between practitioners, mainly in collective modalities, the sharing of implements used by sportspeople, such as balls, for example, and also the environment, which can be a virus incubation agent, whether they are treadmills, weight machines or even the water environment for aquatic activities, although studies regarding safety related to transmission in swimming pools are still lacking.

Some protocols are being adopted as events without, or with a reduced number of spectators. Sports initiation schools have already adopted standards such as at least 2m spacing among children in educational sports activities, as well as a ban on holding the ball with their hands or even headings during exercises in a soccer class.


Finally, professionals linked to the sport will have to reinvent themselves, observing the specific demands that are necessary. Search for new strategies for teaching, for practice and of course, for research, since sports practice has always been linked to the relationship between people who are competing, having fun or as spectators of the greatest shows in the world.


Prof. Dr. Evandro Lázari
Professor FCA/UNICAMP
Treinador da Seleção Brasileira de Atletismo