ISSN: 2313-2868
Rev.peru.cienc.act.fis.deporte
Análisis del rendimiento de las habilidades, del perfil físico y del rendimiento físico del voleibol máster masculino do Rio de Janeiro - 2016 e 2017

Analysis of the performance of the skills, of the physical profile and of the physical performance of the male master volleyball of the Rio de Janeiro – 2016 and 2017


Nelson Kautzner Marques Junior 1.

 

1Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB, Rio de Janeiro, Brasil.

2Membro do Comitê Científico da Revista Observatorio del Deporte, Universidade de Los Lagos, Santiago do Chile .


Resumen

 

Objetivo: De la revisión consistió en presentar el desempeño de las habilidades, del perfil físico del juego (recuperación y pausa, duración del juego, habilidades practicadas, tiempo de la pelota atacada y del saque y tiempo del colocador) y el desempeño de algunas capacidades motoras (alcance del bloqueo y del ataque y el porcentaje de fatiga del salto) del voleibol máster masculino del Rio de Janeiro de la categoría de 35 años o más del año de 2016 y 2017.

Método:  Estudio observacional sobre el voleibol máster masculino de la categoría de 35 años o más son de 15 partidos que fueron del Campeonato Carioca de 2016 y 2017. Todos los juegos se filmaron detrás de la cancha a una distancia y altura de dos metros. Los juegos del voleibol máster fueron filmados con la cámara Sony® Handycam modelo DCR-SX20 sobre el trípode Mirage®. El análisis de rendimiento de las habilidades del capítulo 1 se realizó utilizando el coeficiente de rendimiento y los datos fueron adquiridos con un scout preparado en el Excel®. El análisis del perfil físico del capítulo 2 y del rendimiento físico del capítulo 3 se realizó utilizando el software Kinovea®.

Resultados: El coeficiente de rendimiento se utilizó para medir el rendimiento de las habilidades. Las habilidades con las mejores actuaciones fueron el ataque (1º set: 2,37, 2º set: 2,24 y 3º set: 2,13) y la recepción (1º set: 2,29, 2º set: 2,39 y 3º set: 2,65). Los equipos de 1º y 2º lugar en el Campeonato Carioca tuvieron un mejor desempeño en los tres fundamentos más decisivos en la victoria de voleibol (2,73 del ataque, 1,86 del bloqueo y 1,85 del servicio) que los equipos del 3º al último lugar (2,19 del ataque, 1,68 del bloqueo y 1,82 del saque). El perfil físico fue medido, 1 a 10 segundos del rally y de la pausa de 11 a 29 segundos (relación de esfuerzo y pausa de 1:2.2 a 1:2.6). El rendimiento físico durante el juego se detectó una reducción del bloqueo (1º set: 2,77 metros, 2º set: 2,74 m y 3º set: 2,74 m) y el ataque (1º set: 2,83 metros, 2º set: 2,82 m y 3º set: 2,77 m).

Conclusión: La revisión presentó los resultados de los primeros estudios sobre el voleibol máster masculino del Rio de Janeiro de la categoría de 35 años o más del año de 2016 y 2017. Esta información es importante para el entrenador para estructurar y prescribir el entrenamiento. El análisis del voleibol máster es una tarea útil para la evolución de esta categoría de voleibol.

 

Palabras claves: Voleibol, Entrenamiento, Estadística, Técnica Deportiva, Rendimiento Atlético

 

                         

Abstract

 

Objective: Identify theories regarding management models and their implementation by a group of sports facilities managers.

Methodology: Two studies were carried out. The first investigates the content analysis in the identification of management models and the second, through a survey, a survey to identify their implementation in context.

Results: The main findings from the theoretical point show various models applicable to the context of organizations and the ability of managers to select them properly. From the practical point of view, it was found that the participating managers have precarious and post-graduate professional training, who mainly work in municipal sports facilities and who use different management models or even do not use them, which means that the goals could be diverted and the achievement of the strategic objectives that are designed in this way.

Conclusion: Future lines were generated for the continuing education processes in sports facilities management, a structuring of labor competencies for sports facilities managers and the design of undergraduate curricular programs around this theme.

 

Keywords: Management models, sports facilities, disciplinary training, permanent training.

















Recibido: 29-05-2020

Aceptado: 10-06-2020

 

 

Correspondencia:

 

Nelson Kautzner:

 

E-mail: [email protected]

 



Introdução

 

O treinamento objetiva a formação e/ou aperfeiçoamento competitivo do atleta através da prescrição de meios e métodos de treino e com a participação do esportista em disputas de maior e menor importância com o intuito de proporcionar um elevado desempenho competitivo1. O êxito esportivo depende de vários fatores que estão integrados durante a disputa como o técnico e tático, o psicológico, o biomecânico, o antropométrico, o fisiológico e bioquímico e outros2,3.

A análise da performance esportiva é uma atividade importante para o treinador aperfeiçoar e minimizar os problemas da sua equipe no aspecto individual e/ou coletivo4. Também essa análise pode averiguar as respostas das capacidades motoras condicionantes do atleta durante a disputa e/ou no treino5. Uma maneira de estudar a performance esportiva de equipes de voleibol é através da análise do jogo6 e do desempenho físico durante a partida7.

A análise do jogo é importante para o treinador conhecer sua equipe e o adversário através do aspecto técnico e tático8. Enquanto que o desempenho físico permite ao preparador físico identificar a melhora e/ou declínio das capacidades motoras condicionantes (força, velocidade, agilidade etc) durante a partida9.

Entretanto, a maioria das pesquisas sobre a análise do jogo10,11, do perfil físico e do desempenho físico12,13 no voleibol são concentradas no alto rendimento. Enquanto que no voleibol master masculino não existe nenhuma revisão que analisou esses conteúdos, ou seja, a análise do jogo, o perfil físico e o desempenho físico.

Qual é a performance dos fundamentos, do perfil físico e do desempenho físico do voleibol master masculino do Rio de Janeiro da categoria 35 anos ou mais?

A literatura do voleibol não possui essa informação14-16. Então, o objetivo da   revisão foi apresentar o desempenho dos fundamentos, o perfil físico do jogo (rali e pausa, duração da partida, fundamentos praticados, tempo da bola atacada e sacada e tempo do levantador) e a performance de algumas capacidades motoras condicionantes (alcance do bloqueio e do ataque e o percentual de fadiga do salto) do voleibol master masculino do Rio de Janeiro da categoria 35 anos ou mais do ano de 2016 e 2017.

 

Metodologia

 

Foi realizado um estudo observacional sobre o voleibol master masculino da categoria 35 anos ou mais de 15 partidas (total de 34 sets) que ocorreram no Campeonato Carioca (https://www.voleimasterrj.com.br/) de 2016 (n = 9 jogos) e de 2017 (n = 6 jogos). A pesquisa teve 15 jogos durante o 1º e o 2º set (total de 30 sets) e 4 partidas do 3º set. As equipes estudadas do voleibol master foram o Street Vôlei, o Canto do Rio, o Castelo Tijuca, o Master Friburgo e o Mirandela porque esses times jogaram na quadra do Canto do Rio que é o melhor ginásio do voleibol máster e isso permitiu que a filmagem fosse sempre no mesmo lugar. Duas dessas equipes são as melhores do Brasil, uma foi bicampeã brasileira em 2016 e 2017 e outra foi duas vezes vice-campeã brasileira em 2016 e 2017. Isso aconteceu no Campeonato Brasileiro Master de Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil.

Todos os jogos no ginásio do Canto do Rio foram filmados atrás da quadra em uma distância e altura de dois (2) metros (m). A coleta dos dados foi com a câmera Sony® Handycam modelo DCR-SX20 que ficou fixada no tripé Mirage®. As partidas foram realizadas em uma temperatura de 18 a 33ºC, sendo praticadas no outono, inverno e primavera. Os jogos do voleibol master tiveram duração de 36 minutos e 14 segundos a 56 minutos e 13 segundos.

 

Analises estatístico

 

A análise da performance dos fundamentos do capítulo 1 foi com o uso do coeficiente de performance (CP) de Coleman17 e os dados foram coletados com um scout elaborado no Excel® de Marques Junior e Arruda18. A classificação do CP foi estabelecida empiricamente por Marques Junior19, sendo determinado para os fundamentos de 0 a 1 como baixo, 1,1 a 2 como médio e 2,1 a mais como alto. O pesquisador realizou a análise dos fundamentos com o scout elaborado no Excel® em uma distância de 1 m da televisão. O notebook Compaq modelo Presario CQ43 foi usado com o scout elaborado no Excel®, um notebook Acer modelo Aspire 4320 enviou a filmagem dos jogos para a televisão Philips 42 LCD que reproduziu a imagem das partidas. A análise do perfil físico do capítulo 2 e do desempenho físico do capítulo 3 foi com o software Kinovea® que estava no notebook Compaq modelo Presario CQ43 que transmitia a imagem para a televisão Philips 42 LCD. Durante essa análise o pesquisador esteve 1 m de distância da televisão e a cada marcação com o Kinovea® (alcance, tempo do rali e outros) esses dados eram passados para um scout elaborado em uma folha A4.

A análise estatística iniciou verificando a normalidade dos dados pelo teste Shapiro Wilk (n = 50, p0,05) e/ou pelo teste Kolmogorov Smirnov (n>50, p0,05) e observando o histograma. Em caso de dados normais, foi usada a ANOVA one way e o post hoc Tukey (p0,05). Em caso de dados não normais, foi aplicada a ANOVA de Kruskal Wallis e o post hoc Dunn (p0,05). ANOVA foi usada para comparar o CP dos fundamentos em 3 sets ou o CP dos fundamentos por zona da quadra (são seis zonas da quadra). ANOVA também foi aplicada para comparar o CP, o erro, a continuidade e o ponto de três diferentes tipos de saque (tipo tênis, suspensão flutuante e suspensão forte). ANOVA comparou os dados do perfil físico (rali e pausa, tempo da bola após o saque e o ataque, tempo da infiltração do levantador) e do desempenho físico (alcance do bloqueio e do ataque). Após o cálculo da ANOVA e do post hoc foi usada a nova estatística para detectar com maior precisão o tratamento anterior. Portanto, as comparações só tiveram diferença estatística quando o post hoc e a nova estatística identificaram no mesmo tratamento.

Kolmogorov Smirnov (n>50, p0,05) e o histograma detectaram dados não normais do CP dos fundamentos e do alcance (ataque e bloqueio) da equipe 1º e 2º lugar versus o time 3º a último lugar. O teste U de Mann Whitney foi usado para tratar os dados (p0,05) e em seguida foi aplicada a nova estatística.

Todos os tratamentos estatísticos da média, desvio padrão, do máximo e mínimo, da ANOVA e do teste U de Mann Whitney foram realizados com os procedimentos do GraphPad Prism, versão 5.0.

 

Resultados e discussão

 

2. Resultados (em três capítulos)

2.1. Performance dos fundamentos durante o jogo (capítulo 1)

 

Os fundamentos do voleibol mais determinantes na vitória são os que pontuam, sendo 1º o ataque, 2º o bloqueio e 3º o saque20. O passe e o levantamento atuam na construção e no desenvolvimento ofensivo de uma equipe de voleibol21. Por causa da importância desses fundamentos, existe um jogador especialista na recepção que é o líbero e outro no levantamento, sendo o levantador. A defesa tem o intuito de evitar o ponto e de permitir o início do contra-ataque.

Marques Junior22 investigou o desempenho dos fundamentos durante cada set (1º ao 3º set) e do jogo. A ANOVA de Kruskal Wallis não detectou diferença estatística (p>0,05) referente a performance dos fundamentos durante cada set. O mesmo resultado aconteceu com a nova estatística de Cumming23, não teve diferença estatística do coeficiente de performance dos fundamentos de cada set. O saque, o bloqueio e a defesa obtiveram coeficiente de performance com desempenho médio e o passe, o levantamento e o ataque atingiram coeficiente de performance alto. Porém, no 3º set o levantamento teve coeficiente de performance médio. A figura 1 apresenta esse resultado.

O coeficiente de performance dos fundamentos do jogo tiveram resultado similar ao dos sets, o desempenho foi médio da defesa (1,48±1,02), do bloqueio (1,72±0,91) e do saque (1,82±0,61), mas as outras técnicas do voleibol conquistaram um coeficiente de performance alto (levantamento com 2,13±0,68, passe com 2,37±0,67 e ataque com 2,29±1,15)22.

Baseado nos resultados dos fundamentos de cada set e dos jogos, o técnico do voleibol master da categoria 35 anos ou mais precisa ter mais atenção no treino da defesa, do bloqueio e do saque. Porém, o saque não sofre interferência do oponente quando o jogador efetua o serviço, podendo conseguir rápida evolução caso seja bem treinado24 com acompanhamento dos conteúdos da aprendizagem motora, como os tipos de prática, o feedback e outros25. Segundo Marques Junior26, o saque merece ser variado com a meta de evitar uma adaptação do oponente do serviço porque esse procedimento prejudica uma formação da memória de longo prazo e consequentemente dificulta a qualidade da recepção do adversário. Entretanto, essas afirmações merecem mais estudos da neurociência para serem corroboradas. O levantamento, o ataque e a recepção merecem manutenção do treinamento porque essas técnicas atingiram alto escore do coeficiente de performance.



Complementando os resultados anteriores, Marques Junior27 investigou o 1º e 2º lugar no Estadual do Rio de Janeiro de 2016 e 2017 versus as equipes que foram 3º lugar a último do mesmo ano. A defesa foi o único fundamento que teve diferença estatística pelo teste U de Mann Whitney (U = 8329, p = 0,0002) e pela nova estatística de Cumming23 (Overlap = -0,35, p = 0,001), ou seja, o 1º e 2º lugar teve melhor defesa (coeficiente de performance de 1,86±1,01, médio desempenho) do que o 3º ao último lugar (CP de 1,37±1,01, médio). Porém, o desempenho dos outros fundamentos foi superior do 1º e 2º lugar (1,85±0,79 do saque com médio desempenho, 2,44±0,69 do passe com alto desempenho, 2,17±0,73 do levantamento com alto desempenho, 2,73±1,11 do ataque com alto desempenho e 1,86±1,08 do bloqueio com desempenho médio) do que o 3º ao último lugar (1,82±0,53 do saque com médio desempenho, 2,37±0,66 do passe com alto desempenho, 2,11±0,68 do levantamento com alto desempenho, 2,19±1,14 do ataque com alto desempenho e 1,68±0,87 do bloqueio com desempenho médio), mas não teve diferença estatística (p>0,05).

Esses resultados estiveram de acordo com a literatura do voleibol, as melhores equipes possuem um desempenho superior nos fundamentos28,29. Os times do voleibol master 35 anos ou mais do 3º ao último lugar precisam treinar mais o ataque, o bloqueio e a defesa porque aconteceu uma diferença muito grande em relação ao 1º e 2º lugar.  Outro fundamento que a equipe 3º ao último lugar merece atenção é o saque porque é o primeiro ataque do jogo30 e existe uma relação entre saque e bloqueio, ou seja, quando o serviço é bem efetuado o bloqueio tende melhorar e consequentemente a defesa possui maiores chances de sucesso31. A equipe 1º e 2º lugar precisa realizar um trabalho de manutenção nos melhores fundamentos que ela efetua (ataque, passe e levantamento) e deve exercitar mais o serviço por causa da relação entre saque e bloqueio e também da relação entre bloqueio e defesa. Logo, se o saque tiver uma evolução essas duas equipes vão conseguir muito mais êxitos nos próximos anos.

¿Existe alguma maneira para melhorar esses fundamentos?

O único meio é através do treinamento, com ênfase na sessão em situação de jogo e no treino de jogo32. Porém, é indicada a filmagem de alguns jogos e posterior análise do jogo para identificar a melhora e piora dos fundamentos.

O sistema defensivo das equipes do voleibol master podem ser melhorados com embasamento na literatura científica do voleibol. Marques Junior19 evidenciou no voleibol 35 anos ou mais que a zona 2 e 4 são realizadas menos defesas (2 a 10% de ataques), em segundo ficou a zona 3 (7 a 18% de ataques) e por último o fundo da quadra (zona 1, 5 e 6) com um maior número de defesas praticadas (14 a 33% de ataques). Baseado nesses resultados, Marques Junior33 recomendou de sempre ser efetuado o bloqueio triplo quando o ataque for no meio da rede (zona 3) ou dos 3 metros pelo meio da quadra (zona 6) e indicou defesa de quatro jogadores no fundo da quadra quando a tarefa ofensiva é pela ponta (zona 2 e 4). A figura 2 ilustra essas explicações.  

Todas as equipes filmadas possuem deficiência na cobertura de ataque no fundo da quadra, isso foi detectado com o software Kinovea® conforme os ensinamentos de Marques Junior34. A figura 3 apresenta esse ocorrido em dois jogos.

Outro problema dos times do Rio de Janeiro da categoria 35 anos ou mais, mas que pode comprometer o sistema defensivo é a menor atenção dos jogadores quando uma equipe vai efetuar o saque (Obs.: detectado com o software Kinovea®). Geralmente os voleibolistas que estão na rede (zona 2, 3 e 4) e no fundo da quadra (zona 5 e 6) ficam olhando para o atleta que vai realizar o serviço e consequentemente muito desses jogadores não estão atentos para o oponente, podendo facilitar um ataque de 2ª do levantador adversário ou comprometer as ações do bloqueio e da defesa do time que praticou o serviço. É indicado aos jogadores da equipe que saca olhar para frente, ou seja, para o adversário com o intuito de estar atento nos movimentos ofensivos do oponente.

A maioria das equipes efetua pouca variação ofensiva na rede e um mínimo de times possui um atacante dos 3 metros. Segundo Mesquita35, o voleibol é uma modalidade previsível por causa das suas características, não tem invasão de campo e não possui tempo. Então, a variação ofensiva das tarefas de ataque tende dificultar as ações do bloqueio e da defesa. Logo, uma maneira das equipes evoluírem é realizarem variação das combinações de ataque e de preferência, segundo Arruda e Marques Junior36, através de ataques de bola de velocidade que conseguem mais êxito durante a partida. Essas afirmações foram evidenciadas através das quantificações dos tipos de ataque quando o autor praticou análise do desempenho físico com o software Kinovea®37. Foi observado que 83% dos ataques são efetuados pela bola alta na ponta (zona 2 e 4), bola de tempo no meio da rede (zona 3) e bola chutada na zona 4. A maioria das equipes atua predominantemente com essa tarefa ofensiva (48% de bola alta, 18% de bola de tempo e 17% de bola chutada que é 83%). Os demais ataques são realizados com menor quantidade, sendo 16% (8% de meia bola, 5% de chutadinha e 3% dos 3 m com bola alta), e ainda com mínima participação de 1% de tempo atrás e 0,1% da china e da bola de 2ª praticada pelo levantador.


Porém, o time de voleibol que foi bicampeão brasileiro (2016 e 2017) em Saquarema em dois jogos do Campeonato Carioca (n = 1 jogo de 2016 e 1 jogo de 2017) foi a equipe que obteve maior variação de bolas atacadas, inclusive praticou a jogada ensaiada desmico. Isso foi constatado no estudo com software Kinovea® sobre o alcance do ataque e do bloqueio38, mas esses dados não foram publicados no artigo. A figura 4 apresenta esse resultado.



Talvez seja esse um dos motivos do sucesso do bicampeão brasileiro do voleibol master da categoria 35 anos ou mais (2016 e 2017, em Saquarema). Lembrando, o ataque é o fundamento mais determinante na vitória do voleibol20.

Os jogos analisados com o software Kinovea® também identificaram os tipos de saque realizados pelas equipes do voleibol master masculino da categoria 35 anos ou mais. Porém, esses dados não foram publicados, somente foi apresentado o tempo da bola que foi sacada até chegar a quadra adversária39. O autor identificou um aumento do saque em suspensão forte (2016 com 10% e 2017 com 26%, mais conhecido no Brasil de “Viagem ao Fundo do Mar”) e diminuição do saque tipo tênis flutuante (2016 com 44% e 2017 com 376%) e do saque em suspensão flutuante (2016 com 46% e 2017 com 376%). A maioria dos times passou a “forçar” o saque com o intuito de fazer um ponto ou prejudicar ao máximo a recepção do oponente com o intuito de interferir no ataque.

Esse ocorrido esteve de acordo com o voleibol profissional de alto nível, o saque em suspensão forte é muito utilizado porque possibilita mais ponto ou dificulta o passe do oponente40. Porém, o saque em suspensão forte é o que ocasiona mais erro do voleibolista41. Logo, também é indicado o saque tipo tênis forte para gerar um serviço com alta velocidade da bola e diminuir o número de erros desse fundamento na partida – isso ocorre no saque em suspensão forte42. Entretanto, os jogadores de voleibol da categoria 35 anos ou mais não efetuaram esse serviço em nenhuma partida que foi filmada (n = 15 jogos), merecendo o uso para verificar a eficácia dessa técnica.

Continuando analisar o saque, Marques Junior43 identificou o maior número de erros do saque em suspensão forte (foi 42% de erro) e maior quantidade de pontos do saque tipo tênis flutuante (foi 36% de ponto). Os demais desempenhos do saque foram os seguintes: saque tipo tênis flutuante (28% de erro e 50% de continuidade), saque em suspensão flutuante (30% de erro, 39% de continuidade e 33% de ponto) e saque em suspensão forte (11% de continuidade e 31% de ponto). Pelo coeficiente de performance (CP) o saque tipo tênis flutuante teve melhor desempenho (CP de 1,89±0,19), em segundo ficou o saque em suspensão flutuante (1,84±0,21) e em último o saque em suspensão forte (1,66±0,45)43.

O mesmo estudo identificou a probabilidade de ponto do saque conforme a zona da quadra, tendo mais chance de ace a zona 143. O motivo desse ocorrido a literatura do voleibol não pode informar20. A figura 5 mostra esse resultado.



Somente as zonas do fundo da quadra o saque do voleibol master conseguiu realizar ponto, acontecendo mais ace na zona 1 (quantidade de 1,80±1,09) e menos na zona 5 (1,57±0,78) e 6 (1,25±0,45)43.

O último resultado sobre o desempenho dos fundamentos durante o jogo do voleibol master 35 anos ou mais foi estudado por Marques Junior22. O objetivo do estudo foi de determinar o coeficiente de performance do fundamento de acordo com a zona da quadra. A ANOVA de Kruskal Wallis não detectou diferença estatística (p>0,05) e o mesmo foi evidenciado pela nova estatística de Cumming23 referente ao coeficiente de performance da zona do saque (local que o saque é efetuado) e da zona do bloqueio. Os resultados foram os seguintes: saque (1,77±0,63 da zona 1, 1,85±0,63 da zona 5 e 1,89±0,56 da zona 6) e bloqueio (1,68±0,86 da zona 2, 1,75±1 da zona 3 e 1,71±0,92 da zona 4).

A zona 1 foi o lugar onde as equipes do voleibol 35 anos ou mais tiveram pior desempenho na execução do serviço. Esses resultados foram similares ao estudo de Marques Junior19. Porém, o motivo da zona 1 ter pior desempenho no saque não foi possível determinar, inclusive a literatura do voleibol sobre zona da quadra não informou nada sobre esse acontecimento20,44. Talvez esse ocorrido esteja relacionado com os sacadores da zona 1, mais utilizada pelos levantadores e pelos opostos. Enquanto a zona 5 e 6 os jogadores de ponta e os centrais aplicam mais serviços dessa região. Isso acontece porque facilita o deslocamento para defesa, ou seja, a zona 1 quem costuma defender é o levantador e o oposto, na zona 5 é o central e o líbero e na zona 6 é o ponta.

O pior desempenho do bloqueio foi da zona 2 ou saída da rede. O mesmo foi evidenciado por Marques Junior19 no voleibol 35 anos ou mais da equipe 3º lugar na temporada de 2016. O motivo desse ocorrido as referências do voleibol não informaram20,45. Talvez isso aconteça porque na zona 2 é onde o levantador efetua o bloqueio, possuindo o alcance mais baixo46 e provavelmente isso pode interferir seu desempenho nesse fundamento. Porém, são necessários estudos para essas informações serem conclusivas.

A ANOVA de Kruskal Wallis detectou diferença estatística (p≤0,05) e o mesmo foi evidenciado pela nova estatística de Cumming23 referente ao coeficiente de performance da defesa da zona 5 (fundo da quadra) versus a zona 3 (zona da rede). A figura 6 apresenta esse resultado.


Esses resultados da zona da quadra reforçam as explicações anteriores, sobre o sistema defensivo33. Como são direcionados mais ataques para a zona 1, 5 e 6 (fundo da quadra) e o desempenho dessa região costuma ser pior do que da rede (zona 2, 3 e 4), é indicado a defesa com quatro jogadores no fundo da quadra quando o ataque é na zona 2 ou 4.

A ANOVA de Kruskal Wallis detectou diferença estatística (p≤0,05) e o mesmo foi evidenciado pela nova estatística de Cumming23 referente ao coeficiente de performance (CP) do levantamento da zona 2 (zona da rede com CP de 2,21±0,87, alto desempenho) versus a zona 1 (fundo da quadra com CP de 1,80±0,64, médio desempenho) e 5 (fundo da quadra com CP de 2,06±0,50). Os demais resultados do levantamento foram os seguintes: zona 3 (2,34±0,57, alto desempenho), zona 4 (1,94±0,16, médio desempenho) e zona 6 (2,06±0,50, médio desempenho). O treinador do voleibol master da categoria 35 anos ou mais merece prescrever sessões em situação de jogo com levantamento nas zonas que os jogadores são deficientes – zona 1, 4, 5 e 647. Essa tarefa merece ser efetuado com todas as posições porque em muitos momentos o passe não sai preciso e o levantador não consegue chegar na bola e a tarefa de levantamento é realizada pelo atacante. Logo, exercitar o levantamento na zona 1, 4, 5 e 6 é um trabalho de dificuldade para treinar essa técnica do voleibol. Então, é possível concluir com a famosa frase do corredor de meio fundo e fundo da antiga Tchecoslováquia que foi muitas vezes campeão olímpico, Emil Zatopek: “difícil no treino, fácil na competição” (p. 18 em Barbanti48). A zona 2 e 3 as equipes merecem realizar um trabalho de manutenção do levantamento porque os times do voleibol master atingiram um alto escore do coeficiente de performance.

A ANOVA de Kruskal Wallis detectou diferença estatística (p≤0,05) e o mesmo foi evidenciado pela nova estatística de Cumming23 referente ao coeficiente de performance do ataque da zona 6 (fundo da quadra) versus a zona 3 (zona da rede). A figura 7 apresenta esse resultado.



O ataque dos 3 metros da zona 5 e 6 merece ser mais exercitado nas sessões do voleibol masculino 35 anos ou mais. Enquanto que as demais zonas da quadra o treinador merece realizar manutenção do ataque nessas regiões.

A ANOVA de Kruskal Wallis não detectou diferença estatística (p>0,05) e o mesmo foi evidenciado pela nova estatística de Cumming23 referente ao coeficiente de performance (CP) da zona do passe. Todas as zonas do passe tiveram alto CP, sendo o seguinte: 2,39±0,66 da zona 1, 3 da zona 2, 2,83±0,40 da zona 3, 2,53±0,87 da zona 4, 2,31±0,06 da zona 5 e 2,37±0,65 da zona 6. Apesar do desempenho alto do passe, a zona 1, 5 e 6 que fica no fundo da quadra merece mais atenção nos treinamentos.

 

2.2. Perfil físico do jogo (capítulo 2)

 

O perfil físico de uma partida de voleibol é composto pelo trabalho intermitente praticado pelo voleibolista durante o jogo49. O perfil físico geralmente pode ser quantificado e/ou mensurado durante a partida e é útil para o treinador prescrever o treino físico, o treino técnico, o treino situacional e outros. O perfil físico do jogo de voleibol é composto pela quantidade de fundamentos realizados durante o jogo50, pelo tempo do rali e da pausa, pelo tempo do set e do jogo e outros51,52. Entretanto, a maioria dos estudos sobre o perfil físico são sobre o voleibol profissional de alto rendimento53-55, existindo poucas pesquisas sobre o voleibol da iniciação56 e somente dois estudos sobre o voleibol master, sendo da categoria 35 anos ou mais57,58.

O primeiro estudo foi sobre o tempo do rali e da pausa57 e a segunda pesquisa foi sobre a duração do jogo e o número de fundamentos praticados durante a partida58.

O tempo do rali e da pausa foi investigado o valor predominante nos sets, a média de cada set e do jogo57. Os resultados desse estudo apresentaram o tempo do rali de 1 a 10 segundos como a duração do estímulo indicada para o treinamento, merecendo ser realizado em alta velocidade conforme as ações do jogo de voleibol. De acordo com o objetivo do trabalho a duração da pausa merece ser de 11 a 29 segundos ou com uma relação de esforço e pausa de 1:2,2 a 1:2,6. O tempo do rali pode ser usado na sessão do treino intervalado, no circuito, no treino de força, no treino técnico e na sessão de situação de jogo e outros. Porém, geralmente o uso do tempo é mais fácil de ser usado no treino físico do treino intervalado e no circuito. No treino físico a literatura do voleibol recomendou que o trabalho seja de velocidade e/ou de velocidade de resistência e tendo a força rápida e/ou a força rápida de resistência59. O tempo do estímulo e principalmente da pausa que vai estabelecer se o treino é de velocidade ou de velocidade de resistência. O mesmo raciocínio merece para o treino de força.

Os 15 jogos analisados apresentaram uma duração muito curta para prescrição do treino, ou seja, tempo do jogo de 43,60±8,62 minutos, tendo uma duração da partida entre 23,21 a 56,21 minutos58. O tempo de jogo possui baixo volume porque a carga interna (CI) do treino quando é mensurada pela escala de percepção subjetiva do esforço (PSE) possui valor baixo60, mesmo se a sessão for composta de vários exercícios com salto durante o treino técnico ou de situação de jogo61. A escala de PSE tem o escore 1 a 3 de leve intensidade, 4 a 7 de média intensidade e 8 a 10 de forte intensidade60. Para determinar a CI, basta o treinador multiplicar a duração do jogo que é 56,21 minutos pelo escore da intensidade. Então, se um atleta treinou com o tempo de duração da partida e escolheu a intensidade 10, a CI foi de 562,1 unidades arbitrárias, sendo classificado como uma CI baixa por Gabbett62. O volume ideal de treino em minutos para o voleibol master 35 anos ou mais é de 90 a 120 minutos ou 1 hora e 30 minutos a 2 horas porque a CI do treino pode ser com uma baixa a alta carga com o uso da escala de PSE para mensurar esse ocorrido.

A quantidade de fundamentos efetuados pelo voleibolista 35 anos ou mais foi mensurada por Marques Junior58, sendo recomendado os seguintes valores para serem prescritos no treino técnico e/ou na sessão de situação de jogo. A tabela 1 apresenta esse resultado.


Tabela 1. Número de fundamentos conforme os sets.

Fundamentos 1 set 2 sets 3 sets
Saque 11 22 33
Passe 13 26 39
Levantamento 20 40 60
Ataque 12 24 36
Bloqueio 19 38 57
Defesa 9 18 27

O uso da quantidade de treino pode ser cansativo para o atleta realizar o treino e ficar contando mentalmente. Como sugestão indica-se contar em duas ou três sessões o fundamento treinado e marcar o tempo daquela execução. Após esse procedimento você vai ter um tempo médio que é exercitado um ou mais fundamentos e consequentemente você vai estar treinando aquele volume de fundamentos aproximado ao do jogo. Por exemplo, um treinador identificou em duas sessões que efetuar 24 ataques de todos os jogadores leva 30 minutos. Após esse teste, quando ele for prescrever ataque na rede ele vai usar o tempo de 30 minutos, não sendo necessário a contagem do fundamento treinado. Porém, esse teste deve ser feito ao longo da temporada porque conforme o período de treino esse tempo pode alterar.

Outros resultados foram fornecidos por Marques Junior39 sobre o perfil físico dos fundamentos de acordo com o set e sendo coletado com o software Kinovea®. Os primeiros resultados foram sobre o tempo da bola atacada em centésimos e da bola sacada em segundos. O tempo da bola atacada reduziu o seu valor em centésimos no 2º e no 3º set, ou seja, a bola foi para o piso da quadra em menor tempo. Talvez isso seja por causa do ataque mais forte e/ou a fadiga dos jogadores não permitiu os atletas de manter a bola mais tempo no ar no momento da defesa. Enquanto que o tempo da bola sacada em segundos permaneceu igual no 1º e no 2º set e no 3º set ela aumentou um pouco a sua duração. O motivo não foi fornecido pela literatura do voleibol20, mas talvez é porque no 3º set as equipes resolveram “forçar” menos o saque e/ou a fadiga no sacador permitiu que o golpe na bola fosse mais fraco. A figura 8 apresenta esses resultados.

O tempo da infiltração em segundos no 1º (1,47±0,42 segundos) e no 2º set (1,46±0,38 segundos) esteve com valores similares e aumentou no 3º set (1,56±0,36 segundos). O motivo do aumento do tempo da infiltração no 3º set talvez seja por causa da fadiga do levantador ou foi devido a piora do passe, ou seja, após a recepção como a bola não chegou na maioria das vezes na zona 2 e 3, obrigou um maior deslocamento do levantador para fazer a armação das jogadas de ataque.

Através desses resultados sobre o perfil físico do jogo do voleibol master masculino 35 anos ou mais, é possível compreender o quanto esse conteúdo é importante para prescrever o treino.



2.3. Desempenho físico durante o jogo (capítulo 3)

 

O desempenho físico do voleibol se manifesta na partida através das capacidades motoras condicionantes (força, velocidade, agilidade etc) que são necessárias para a execução da técnica esportiva durante as ações táticas realizadas durante o jogo49.

Marques Junior39 investigou o alcance do bloqueio e do ataque e o percentual (%) de fadiga do salto no bloqueio e no ataque. Todas essas análises foram efetuadas com o software Kinovea®. O alcance do bloqueio e do ataque nos sets jogados pelos atletas do voleibol master 35 anos ou mais reduziu, provavelmente por causa da fadiga, mas merece mais estudo para essas informações serem conclusivas. Nessas comparações não ocorreu diferença estatística (p>0,05) – ver tabela 2. Através do cálculo matemático de Edwards63 foi possível mensurar a fadiga do salto do bloqueio e do ataque com o intuito do leitor entender o motivo da diminuição do alcance do bloqueio e do ataque. Esse cálculo é realizado da seguinte maneira: % de Fadiga do Salto = (média do salto de cada set : salto máximo de cada set) . 100 = ?%. O % de fadiga do salto do bloqueio e do ataque aumentou principalmente no 3º set. O motivo desse ocorrido a literatura da fadiga do voleibol não pode informar64,65. A tabela 2 apresenta esse resultado.

Marques Junior66 investigou o alcance das equipes do Rio de Janeiro 1º e 2º lugar (2,93±0,24 metros do ataque e 2,83±0,24 m do bloqueio) versus 3º a último lugar (2,79±0,19 m do ataque e 2,73±0,18 m do bloqueio). O alcance do bloqueio e do ataque no jogo não teve diferença estatística (p>0,05), mas as equipes com melhor colocação foram superiores nesse quesito. O mesmo autor mensurou o alcance da equipe 1º e 2º lugar versus a 3º a último lugar durante o 1º e 2º set porque os melhores times só jogaram dois sets nas partidas que foram filmadas. Aconteceu diferença estatística (p0,05) em diversas comparações, detalhes veja em Marques Junior66. A figura 9 apresenta esse resultado.

Os resultados da figura 9 mostram porque a equipe 1º e 2º lugar do Rio de Janeiro levam vantagem nos jogos e nos sets, o alcance é superior inclusive pode aumentar no 2º set. Esse ocorrido foi evidenciado em dados não publicados de Marques Junior66 em um dos jogos do Carioca de 2016 do time bicampeão brasileiro (2016 e 2017) em Saquarema. Esse time aumentou o alcance do ataque (2,88 m do 1º set e 2,92 m do 2º set, aumentou 4 centímetros) e o bloqueio teve um pequeno declínio (2,81 m do 1º set e 2,79 m do 2º set, diminuiu 2 cm). Talvez isso tenha ocorrido porque essa equipe fez vários pontos de saque e o serviço interferiu muito o passe e em muitos momentos ocasionou num ataque de fácil defesa para o bicampeão brasileiro. Logo, o saque “forçado” no 1º set talvez tenha ocasionado um descanso ativo desses jogadores.


Tabela 2. Valores do alcance e do % de fadiga do salto no bloqueio e no ataque.

Set Alcance do Bloqueio % de Fadiga do Salto do Bloqueio Set Alcance do Ataque % de Fadiga do Salto do Ataque
2,77±0,20 m 0,5236 2,82±0,20 0,5622
2,74±0,20 m 0,5447 2,82±0,21 0,5096
2,74±0,16 m 0,6325 2,77±0,18 0,6278



É sabido que o treino físico na areia fofa ocasiona diversos benefícios para os voleibolistas como maior custo energético67, aumento da altura do salto do bloqueio e do ataque, redução do percentual de gordura68, aumento do consumo máximo de oxigênio e da economia da corrida69 e outros que a literatura do voleibol ainda não investigou70. A equipe que foi duas vezes vice-campeã brasileira (2016 e 2017) em Saquarema realizou regularmente no ano de 2017, treino físico na areia fofa. Em um jogo de 2017 esse time conseguiu aumentar o alcance do bloqueio (2,83 m do 1º set e 2,85 m do 2º set, aumentou 2 centímetros) e do ataque (2,92 m do 1º set e 3 m do 2º set, aumentou 8 centímetros) no 2º set (dados não publicados de Marques Junior66).

Entretanto, os alcances encontrados estão bem abaixo do voleibol masculino profissional de alto rendimento, a média do alcance do bloqueio é de 3,27±10,96 metros e do ataque de 3,43±13 m71,72. Porém, é bom lembrar que os resultados não publicados de Marques Junior66 são do voleibol master masculino 35 anos ou mais, por esse motivo que os valores do alcance são muito inferiores.

Em outros dois estudos de Marques Junior37,38, o primeiro ele mensurou o alcance do tipo de bloqueio e do tipo de ataque37 e na segunda pesquisa, esse pesquisador realizou investigação similar mas conforme a posição do voleibolista38. Os resultados da segunda pesquisa foram idênticos ao da literatura do voleibol46, o maior alcance do bloqueio e do ataque foi do central e do oposto, em segundo do ponta e em terceiro do levantador. Porém, existem limitações para coletar o alcance do bloqueio e do ataque e do salto nesses fundamentos com o software Kinovea®. Por exemplo, conforme a localização da coleta dos dados com a filmadora, isso pode interferir no resultado da variável mensurada. Por exemplo, na final olímpica de 1984 o alcance do bloqueio duplo (2,52 metros dos Estados Unidos e 2,57 m do Brasil)9 foi muito inferior ao do voleibol 35 anos ou mais (2,75 m)37. A filmagem da final olímpica de 84 foi do lado da quadra e do voleibol master foi atrás da quadra em uma altura e distância de 2 metros.

Através dessa revisão foram informados os principais resultados sobre o desempenho físico durante o jogo do voleibol master masculino da categoria 35 anos ou mais.

A revisão de literatura apresentou os resultados dos primeiros estudos sobre o voleibol master masculino do Rio de Janeiro da categoria 35 anos ou mais sobre a performance dos fundamentos durante o jogo, o perfil físico da partida e o desempenho físico durante o jogo. Essas informações são importantes para o treinador estruturar e prescrever o treino. Entretanto, através da análise do jogo foi detectado que o levantamento, o passe e o ataque possuem alto desempenho e a defesa, o bloqueio e o saque obtiveram média performance. Durante o jogo foi evidenciado uma relação esforço e pausa de 1:2,2 a 1:2,6, predominando o sistema ATP-CP no rali e tendo uma pausa de longa duração com um tempo médio das partidas de 43,60±8,62 minutos. Nesses jogos o alcance do ataque e do bloqueio declinou ao longo dos sets, isso também ocorre no voleibol profissional73. Merecendo estudo para amenizar esse ocorrido. Em conclusão, a análise do voleibol master é uma tarefa útil para a evolução dessa categoria do voleibol.


 

 

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Conflito de interesse: Não teve

 

Financiamento: Não teve.