Acompañamiento de la potencia de miembros inferiores en jóvenes jugadores de fútbol

 

Accompanying power lower limb in young football players

 

Tulio Carneiro1, Otavio Costa1, Wesley Santos1, Welligron Da Silva T1, Dionisio Fernandes1, Miller Guimarães1,2,3, Sandro Da Silva1.

     

1Grupo de Estudo e Pesquisa em Respostas Neuromusculares – GEPREN- Departamento de Educação Física – Universidade Federal de Lavras – UFLA - Lavras – MG, Brasil.

2Faculdade Presbiteriana Gammon – FAGAMMON – Lavras – MG, Brasil.

3Grupo de estudos e pesquisas em fisiologia do exercício (GEPEFEX) – Universidade Federal De São Paulo – UNIFESP – Santos – São Paulo, Brasil.

 

 

Resumen

Objetivo: Evaluar y comparar la potencia muscular de miembros inferiores en jugadores de fútbol sub-20 en tres momentos distintos en un planteamiento de 10 semanas de competencia.

Metodología: La muestra fue compuesta por 15 deportistas (18 ± 0,86 años; 1,78 ± 0,09 m) que hacían parte de la liga minera de fútbol sub-20. Las evaluaciones fueron hechas em tres momentos distintos, siendo en la primera, quinta y decima semana de competencia. Para empezar, fueron hechas pruebas antropométricas (masa corporal, talla y porcentaje de grasa (%G)), luego después los deportistas fueron sometidos a la prueba de Counter Movement Jump (CMJ).

Resultados: No fueron identificados diferencias significativas al comparar la altura del salto, de la potencia absoluta y de la potencia relativa en los tres momentos del estudio. Hubo una disminución en las variables estudiadas entre el momento 1-2.

Conclusión: Fue posible identificar que una secuencia de dos partidos por semana afecta la potencia de miembros inferiores en jugadores sub-20.

 

Palabras-claves: Fuerza Muscular; Fútbol; Control de la carga; Temporada.

 

 

Abstract

 

Objective: Analyze and compare the muscle power of lower limbs in soccer players in under 20 in three distinct moments of a planning of 10 weeks of competition.

Methods: The sample was composed of 15 athletes (18 ± 0.86 years; 1.78 ± 0.09 m) participating in the football championship under-20. The evaluations were performed in three distinct moments, being the first, fifth and tenth week of competition. At first, anthropometric assessments were performed (body mass, height, and body fat), soon after the athletes were submitted to the test of Counter Movement Jump (CMJ

Results: Were not found significant values (p>0.05) when comparing the three moments of the height of the jump, of absolute and relative power. It can be concluded that the variables analyzed had a decrease between moment 1 and 2, there is an improvement in the moment.

Conclusions: In this way, it was possible to identify that a sequence of 2 games in week effects of the power lower limbs in under-20 players.

 

Key-Words: Muscle Strength; Soccer; Load Control; Season.

 

 

 


 

 

 

 

 


Introdução

 

O futebol atualmente é o esporte mais popular e apreciado pela população mundial1. Adicionalmente, cada vez mais, os profissionais atuantes dessa área, buscam alternativas ou métodos que possam aperfeiçoar aspectos táticos, técnicos, psicológicos e físicos do esporte, buscando sempre a melhora do rendimento esportivo. A literatura sobre futebol cita esses quatro componentes como determinantes para um bom desempenho2,3,4. Porém, atualmente tem-se notado uma preocupação especial com a preparação física do atleta, considerando que os aspectos físicos são determinantes no desenvolvimento dos demais componentes5.

O futebol apresenta características que reportam a predominância da utilização do sistema energético aeróbio sobre o sistema anaeróbio durante uma partida, porém, as ações decisivas ocorrem anaeróbicamente, pois são ações de alta intensidade6,7. No entanto, sabemos que a especificidade da posição condiciona as exigências metabólicas em jogo, onde um atleta percorre em média 10km em uma única partida, podendo este valor variar, dependendo da posição e da função tática que o jogador ocupa na equipe8,9. Atualmente tem se demonstrado a existência de uma forte influência da dinâmica do sistema tático no desempenho físico dos jogadores8. Assim podemos dizer que o futebol é um esporte intermitente, onde se alterna momento intensos anaeróbicos e momentos recuperativos aeróbicos, onde a ação do jogador determinara à predominância de um sistema sobre o outro em diferentes momentos da partida.

A fadiga advinda do exercício toma foco nas últimas décadas por sua importância dentro do treinamento esportivo. Ela é caracterizada como a impossibilidade de prosseguir em determinada intensidade de execução, tendo que diminuir a magnitude de esforço e concomitantemente perdendo desempenho10,11. Essa perda de desempenho, pode ser devido à fadiga temporária, relacionada à perca da homeostase de íons de hidrogênio, imediatamente após períodos intensos de curta duração de esforço físico11. O decréscimo no desempenho, especificamente, no final da partida pode estar relacionado à um esgotamento dos estoques de glicogênio muscular10. Nesse contexto,  um estudo mostrou que a fadiga dos músculos que cruzam a articulação do joelho parece contribuir para a ocorrência de ruptura do ligamento cruzado anterior, o que reforça a relação entre fadiga e lesão12. Outro estudo mostrou que, lesões por estiramento dos isquiossurais apresentam maior incidência no segundo tempo de uma partida de futebol, sugerindo que a fadiga muscular pode ser um dos fatores de risco para a ocorrência dessas lesões13. Esses resultados mostram o quão é importante se ter informações sobre a fadiga muscular, suas possíveis consequências e possíveis métodos de prevenção desse fator.

Adicionalmente as informações já descritas, a força explosiva pode ser classificada como uma capacidade física fundamental para a boa performance, sendo a potência de membros inferiores (PMI) um dos principais componentes da aptidão física do futebol14, o que torna essencial para atos ligados ao jogo como os sprints, as acelerações e mudanças abruptas de direção com ou sem bola15. O salto vertical também é uma variável presente e extremamente importante no futebol, podendo ser uma ação decisiva em uma partida, especificamente no cabeceio16. No planejamento de treino é indispensável a realização de testes, para que se possa obter informações atuais e concretas em relação ao nível de treinamento do atleta17. O CMJ (Counter Moviment Jump) é um teste de salto padronizado que tem como objetivo mensurar a potência de membros inferiores e pode trazer dados importantes sobre a condição física do atleta durante uma temporada e um planejamento de treinos18.

Levando em consideração que a temporada de um clube de futebol dura em média de 10 a 12 meses do ano, é necessário que seja feito um monitoramento do desempenho físico dos atletas, facilitando a identificação de possíveis acúmulos de cargas de trabalho, que podem trazer consequências negativas no rendimento do atleta. Desta forma, o objetivo do estudo foi verificar a PMI de jogadores sub-20, em uma sequência da temporada onde ocorre uma variação de 1 e de 2 jogos por semana, e identificar se o acúmulo de jogos interfere no desenvolvimento e manutenção da potência, o que gera um indicador de fadiga.

 

Materiais e métodos

 

Amostra

 

A coleta de dados foi realizada no campo do Esporte Clube Nova Lavras, em Lavras-MG. A amostra foi composta por 15 jogadores do sexo masculino com idade média de 18,8 (± 0,86 anos), altura média de 1,78 (± 0,09m), os quais realizavam de três a cinco sessões de treinamento semanais. Os mesmos representavam a equipe Esporte Club Nova Lavras, no Campeonato Mineiro Sub-20 da Federação Mineira de Futebol (FMF) na temporada 2016. A primeira avaliação foi composta por 22 atletas. Porém, devidos aos critérios de exclusão, o estudo foi finalizado com uma amostra 15 atletas. Lesões durante o período de avaliação e faltas nos dias respectivos as coletas foram os critérios de exclusão adotados. Os participantes tiveram conhecimento e informações prévias sobre os procedimentos metodológicos do estudo, do objetivo do estudo e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal de Lavras número CAAE: 13480213.7.0000.5148

 

Desenho do Estudo

 

Foram realizadas avaliações antropométricas (massa, estatura, e % de gordura) e de potência de MMII (salto CMJ) em três momentos da temporada, em um período de 10 semanas durante a mesma, com um intervalo de quatro semanas entre cada avaliação. Todas as avaliações ocorreram no mesmo período do dia, entre oito horas da manhã e dez horas da manhã. Abaixo segue a descrição dos momentos de avaliação:

No quadro abaixo estão descritos os dias da realização dos testes nas respectivas semanas, o tipo do treino realizado e o número de jogos que foram feitos na semana:

 

 

 

 

 


 

Tabela 1 - Descrição dos dias de treinamento, jogos e avaliações

 

SEMANA

SEG

TER

QUA

QUI

SEX

SÁB

DOM

TESTES

Fi

Te

Co

Te-Ta

Jogo

Folga

Fi

Fi-Te

Ta

Co

Te-ta

Jogo

Folga

Re

Te-Ta

Jogo

Folga

Te

Jogo

Folga

Te-Ta

Te

Jogo

Folga

Ta

Jogo

Folga

TESTES

Te

Jogo

Folga

Fi-Te

Te-Ta

Folga

Re

Te-Ta

Jogo

Folga

Te

Jogo

Folga

Fi-Te

Te-Ta

Ta

Co

Ta

Jogo

Folga

Fi

Fi-Te

Te-Ta

Co

Ta

Folga

Folga

Fi

Te-Ta

Ta

Co

Te

Jogo

Folga

10ª

TESTES

Te

Co

Co

Re

Folga

Folga

 

Legenda: Fi=Treino Físico, Fi-Te=Treino Físico-Técnico, Te=Treino Técnico, Te-Ta=Treino Técnico Tático, Ta=Treino Tático, Co=Treino Coletivo, Re=Treino Regenerativo.

 

 

 

 

 


Procedimentos

 

Antropometria

Para a mensuração da composição corporal, utilizou-se um Adipômetro Científico Tradicional (Cescorf). A densidade corporal foi determinada conforme o protocolo de Jackson e Pollock (1978), seguindo o padrão de resultados de avaliação física por idade e sexo 18 a 61 anos para homens, utilizando sete (7) dobras cutâneas (DC): Tricipital, subescapular, peitoral, axilar média, supra ilíaca, abdominal e coxa, cada medida foi realizada três vezes sendo utilizado a média como valor de referência, o percentual de gordura é dado por meio da equação 1:

 

Homens: DC = 1, 11200000 - [0,00043499 (ST) + 0,00000055 (ST)²] - [0,0002882(idade)]

 

ST = Soma de todas as dobras cutâneas

Equação 1.

 

A porcentagem de gordura foi estimada de acordo com a fórmula de Siri (1961 citado por Fernandes, 2003):

Homens: %G = [(4,95/DC) – 4,50] 100

Equação 2.

 

A medida da massa corporal e da estatura foram feitas usando uma balança (Filizola) com precisão de 100 gramas para medida da massa, e precisão de 0,1 cm para medida da estatura. 

 

Counter Moviment Jump (CMJ)

Para avaliação da potência de membro inferior foi utilizado o teste de Counter Movement Jump (CMJ)19, que pode ser considerado como um parâmetro de controle de fadiga20. Para avaliar a potência de membros inferiores dos atletas, foi utilizado o tapete de contato (TC) (Cefise ®), interligado ao software (Jump System ® versão 1.0). Antes da realização do procedimento foi adotado um aquecimento de 5 minutos em que constou uma corrida leve (fc entre 60 a 70% da FCmaxteórica), após o aquecimento foi respeitado 2 minutos de recuperação, para início da execução do CMJ, o atleta se posicionou sobre o tapete em posição ereta, com o peso distribuído igualmente sobre ambos os pés. As mãos permaneceram na cintura durante todo o teste. O avaliado então realizou um agachamento flexionando o quadril e os joelhos e posteriormente realizou o salto o mais rápido e alto possível, mantendo sempre os joelhos estendidos durante todo o vôo, e logo realizou a aterrissagem com os dois pés sobre o tapete ao mesmo tempo. A potência foi calculada pelo software através do tempo de voo do salto (último momento de contato com o tapete até o primeiro contato após a realização do salto).

Foram realizados três saltos em cada avaliação com descanso de um minuto entre os saltos, e a média dos saltos foi usada como resultado do teste.

Alguns erros podem acontecer durante a execução do salto, o que pode invalidar o mesmo. São eles:

-Não flexionar o joelho em 90º no momento que agachar. 

-Flexionar o joelho durante o voo.

-Realizar o movimento muito rápido ou muito lento e abaixo de 90º.

-Inclinar a cabeça e o tronco para a frente no momento da execução do teste. 

-Aterrissar com a planta do pé.

 

Análise Estatística

Para análise das variáveis utilizou-se a estatística descritiva com determinação da média e desvio padrão, como medidas de tendências centrais e dispersão de dados. Para verificar a normalidade das amostras foi utilizado o Teste de Shapiro-Wilk. Para comparação dos dados de velocidade e potência de membros inferiores entre a 1ª, 5ª e 10ª semanas foi utilizado o teste anova para dados repetidos com post hock de Bonferroni. Para todas as análises o nível de significância foi de P < 0,05. Todos os testes descritos foram realizados a partir do pacote estatístico (Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 21.0).

 

Resultados

 

Na tabela 1 descrevamos as características da amostra. Na tabela 2 apresentamos os dados das variáveis obtidas nos saltos nos 3 momentos do estudo, ressaltando que em nenhum momento e em nenhuma variável houve diferença significativa.

No gráfico 1, observamos que a média da altura do salto dos atletas no momento 3 foi maior que nos outros dois momentos, porém não se constatou diferença estatisticamente significativa entre os saltos.

No gráfico 2, é possível observar a média da potência absoluta dos atletas nas três fases da competição, onde essa variável teve uma queda no segundo momento quando comparada a outros momentos, em que não observamos diferenças estatisticamente significativa. No gráfico 3, a potência relativa (watts/Kg), identificamos que o momento 3 apresentou maior valor 26,75 w/kg, mas estatisticamente não foi constatado diferenças significativas.

 

 

 


 

 

 

Tabla 2. Características de la muestra

 

n

Idade (anos)

Massa Corporal (Kg)

Estatura (m)

%G

18

18,8 ± 0,86

69,06 ± 7,76

1,78 ± 0,09

8,70 ± 2,58

 

 

 

 

 

Tabela 3. Variáveis do Salto nos 3 momentos (n=18)

 

Momentos

Altura CMJ (cm)

Potência Absoluta (W)

Potência Relativa (W/Kg)

 

 

 

 

1

37,60 ± 4,60

 

1845,11 ± 248,82

 

26,60 ± 1,66

 

2

      36,12 ± 5,31

1757,90 ± 208,21

 

26,05 ± 1,96

 

3

38,02 ± 4,13

1843,33 ± 285,75

26,76 ± 1,48

p

 

 

 

1-2

0,994

0,430

0,978

1-3

0,992

0,981

0,988

2-3

0,706

0,635

0,694

 

 

 

 

 


Gráfico 1Altura alcançada (cm) em 3 momentos.

 

 

Gráfico 2 – Potência Absoluta (watts) em 3 momentos.

 

Na tabela 2 foram analisados o delta de variação dos dados, e identificamos uma queda no 2º momento em comparação com o 1º momento em todas as variáveis analisadas e um aumento nos resultados das variáveis no 3º momento quando comparado ao 2º momento.

 

 

Gráfico 3 – Potência Relativa (watts/kg) em 3 momentos.

 

 

Discussão

Através dos resultados do presente estudo não verificamos diferença significativa nos valores do teste CMJ entre os três momentos de testes, porém foi observado que no momento 2 houve uma queda nas variáveis altura e potência relativa, respectivamente (36,3cm e 26,04 watts/kg) no salto dos jogadores, quando comparado ao momento 1 (37,6 cm e 26,59 watts/kg). Porém pode se observar que quando comparado o momento 2 em relação ao momento 3 (38,01 cm e 26,75 watts/kg), constata-se um aumento nas variáveis potência e altura do salto.

Previamente ao momento 2, a frequência de jogos passou a ser de duas vezes semanais, o que poderia ter levado os atletas a uma possível fadiga, já que o futebol é caracterizado como um esporte intermitente5 e ocasiona o acúmulo de metabólitos após sua prática20,21. A fadiga advém de vários fatores, no qual o atleta está submetido durante o treinamento e durante os jogos, podendo ser de origens psicológicas ou físicas, entretanto na maioria das vezes é uma junção de ambas22. Assim, o aumento do volume de jogos semanais, a maior carga de trabalho física e psicológica, pode ter influenciado diretamente nos resultados das variáveis no momento 2, justificando a queda das variáveis, que pode estar relacionada diretamente com a fadiga muscular.

 

 

 


 


 


Tabela 4- (∆) de variação do desempenho nas variáveis estudadas

 

Indicadores

Δ 1ª e 2ª

Δ 1ª e 3ª

Δ 2ª e 3ª

Altura Salto

-3,92%

1,13%

5,26%

Potência Absoluta

-4,73%

-0,10%

4,86%

Potência Relativa

-2,06%

0,60%

2,72%

 

 

 

 

 

 

 


A ciência do esporte demonstra uma queda significante na potência nos MMII inferiores após ser realizada uma partida de futebol, o que evidencia que a fadiga é identificada logo após o termino de uma única partida de futebol10,22, já demonstrando ser o suficiente para um decréscimo da potência. Em nosso estudo também identificamos uma diminuição na potência, mas vale ressaltar que o presente estudo não avaliou a potência logo após as partidas, como fizeram os referidos estudos, mas sim após a realização de 4 jogos em um período de 2 semanas, resultando no acúmulo de 2 jogos semanais, diferente do que estava ocorrendo no início da temporada onde o número de jogos era menor, sendo um jogo semanal. Esses resultados ressaltam que o acúmulo de 2 jogos semanais pode influenciar no desempenho, como mostrado em nossos dados de potência.

Nossos achados corroboram com os resultados presentes na literatura que buscaram avaliar o efeito de quatro dias de jogos consecutivos na potência muscular de jogadores de futsal, além da interferência de suplementos nutricionais para amenizar a fadiga e chegaram à conclusão que o acúmulo de jogos interferiu negativamente na variável potência muscular, ocasionando queda de rendimento e sugerindo um acúmulo de fadiga nos jogadores21,23.

No momento 3, onde foram realizados os testes ao final da temporada de 10 semanas, houve melhora na potência relativa e na altura de salto em relação aos resultados do momento 1 e 2. Isso pode se justificar pelo menor número de jogos nesse momento em relação ao segundo teste, e comparado ao primeiro momento pode ser justificado pelo fato da temporada já se encontrar na reta final proporcionando assim resultados positivos do treinamento desenvolvido ao longo da temporada. Estudos recentes tem apontado o controle das cargas de trabalho como uma ferramenta fundamental para o sucesso de uma equipe na temporada24,25, aumentos na potência de MMII têm sido utilizado om um bom  marcador de desempenho no futebol26,27 sabendo que as principais ações de uma partida como acelerações, cortes, chutes, cabeceios, ataques e saltos são dependentes da potência muscular pois ocorrem em alta intensidade14.

Por fim, os resultados desse estudo mostraram que o acúmulo de jogos é um fator que pode afetar diretamente uma das capacidades físicas predominantes no futebol, como é o caso da potência muscular. Além disso, a queda da potência muscular de MMII pode estar relacionada diretamente ao Overreaching pelo acúmulo de volume e intensidade que leva a perda de performance a curto prazo24,26,28. As informações descritas acima reforçam a importância do planejamento dos treinamentos, que deve ser pensado de maneira a evitar essa queda de rendimento, ocasionada pelo acúmulo de jogos. Esse estudo se limita pelo fato de não ter sido controlada variáveis como intensidade e volume de cada jogador durante as partidas, o que pode acarretar em diferentes resultados quando analisados individualmente.

O estudo identificou que uma sequência de dois jogos na semana afeta a potência muscular em membros inferiores, assim os preparadores físicos que trabalham em uma temporada regular devem administrar as cargas de treinamento para os momentos em que os jogos se acumularem, prevenindo assim o risco de lesões e a manutenção do desempenho.

Concluímos que o acúmulo de jogos durante uma temporada pode interferir no desenvolvimento e manutenção da potência de MMII em jogadores de futebol sub-20, o que pode gerar um indicador de fadiga que pode comprometer o desempenho e a performance dos atletas ao longo da temporada, visto que no momento 2 dos testes o número de jogos semanais era superior ao momento 1 e 3, consequentemente a performance dos atletas foi inferior neste momento.

 

 

 


 

 

 

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Conflito de interesse: Os autores declaram não haver conflitos de interesse na redação e preparação do manuscrito.

Financiamento: Não teve.

 

 

 


 

 

 

 

 


 

 

 

 

Acompanhamento da potência de membros inferiores em jovens jogadores de futebol

 

Tulio Carneiro1, Otavio Costa1, Wesley Santos1, Welligron Da Silva T, Dionisio  Fernandes1, Miller Guimarães1,2, Sandro Da Silva1.

     

1Grupo de Estudo e Pesquisa em Respostas Neuromusculares – GEPREN- Departamento de Educação Física – Universidade Federal de Lavras – UFLA - Lavras – MG, Brasil.

2Faculdade Presbiteriana Gammon – FAGAMMON – Lavras – MG, Brasil.

 

1Faculdade de Educação Física, Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências do Exercício Físico (GEPECEF), Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Brasil

 

Resumo

 

Objetivo: Avaliar e comparar a força muscular de membros inferiores em jogadores de futebol de U-20 em três momentos distintos, em uma abordagem de competição de 10 semanas.

Metodologia: A amostra foi composta por 15 atletas (18 ± 0,86 anos, 1,78 ± 0,09 m) que faziam parte da liga de futebol do sub-20. As avaliações foram feitas em três momentos distintos, sendo na primeira, quinta e décima semana de competição. Para começar, foram realizados testes antropométricos (massa corporal, estatura e percentual de gordura (% G)), em seguida os atletas foram submetidos ao teste Counter Movement Jump (CMJ).

Resultados: Não foram identificadas diferenças significativas ao comparar a altura do salto, a potência absoluta e a potência relativa nos três momentos do estudo. Houve uma diminuição nas variáveis ​​estudadas entre o tempo 1-2.

Conclusão: Foi possível identificar que uma sequência de duas partidas por semana afeta o poder de membros inferiores em sub-20 jogadores.

 

Palavras-chave: Força muscular; Futebol; Controle de carga; Temporada